Localizado nas faldas da Serra da Estrela e coroado pela massa granítica do antigo castelo, Belmonte foi o berço do navegador Pedro Álvares Cabral que em 1500 descobriu o Brasil.
A palavra Belmonte tem tudo a ver com monte e julga-se que também com belo. Fora do plano etimológico - a ideia de Belmonte liga-se à ideia de cabras, por vias dos Cabrais.
Em Belmonte não pode deixar de visitar o Castelo, monumento Nacional formado pela Torre de Menagem, vestígios da antiga alcaidaría (Paço dos Cabrais) e um moderno anfiteatro ao ar livre, rodeado por imponentes muralhas. Não deixe de subir à janela Manuelina, verdadeira jóia granítica, de onde poderá contemplar a Serra da Estrela em toda a sua extensão.
Junto ao castelo encontra-se uma pequena igreja romano-gótica dedicada a S. Tiago, que tem no interior uma Pietá esculpida em granito, comovente na sua beleza rude e simples. Um anexo à igreja abriga o panteão dos Cabrais, embora as cinzas de Pedro Álvares Cabral se encontrem na Igreja da Graça, em Santarém.
Passe pelo Pelourinho, o símbolo medieval de poder municipal que representa uma prensa, e pela Capela Gótica da Nossa senhora da Piedade, onde se encontra uma belíssima pietá, escultura gótica, monolítica, em granito da região, e pela sinagoga, um templo da comunidade judaica de Belmonte.
Em Belmonte fixou-se uma importante comunidade judaica, sobretudo no séc. XV, quando aqui se refugiaram judeus fugidos às perseguições movidas por Castela. Moravam em casas situadas fora das muralhas do castelo, no Bairro de Marrocos, onde ainda poderá ver os símbolos das profissões exercidas pelos membros da comunidade, como a tesoura que identifica o alfaiate, gravados nas ombreiras das portas.
Visite a Igreja Matriz, uma construção recente dos anos 40 que alberga a imagem quatrocentista de Nossa Senhora da Esperança que, segundo a tradição, é a santa que Pedro Álvares Cabral levou na sua viagem de descoberta do Brasil.
Visite Tulha, magnífico edifício de granito do século XVIII, onde eram armazenadas as rendas da família Cabral. Hoje encontra-se aí instalado o Eco-museu do Zêzere, uma estrutura que aborda o rio Zêzere numa perspectiva do seu património natural e cultural, privilegiando os aspectos ligados à fauna, flora, uso do solo e povoamento e não se esqueça de visitar o Museu Judaico de Belmonte, estrutura única no nosso País e o Museu do Azeite.
Fotos e texto: Guia da Cidade